27 de jun. de 2012

Esse chão me abraça

E nesse colo abro a janela e vislumbro a impermanência: nela, tão querida, que saiu de cena, e deixou borboletas impressas no corpo e na alma de tantos; nele que pegou nova estrada; no pequeno que será eternamente menino.
Ah, a impermanência. Cessar. Mudar. Sentir antes de compreender.  
E sentindo revela-se inteira. Nua. Crua. Verdadeira.

E invade novos cantos, novas frestas, retira daqui e coloca ali e me leva um pouco junto.
E os rebentos ganham estrada, desvendam mundo, cumprem o que foi ensinado e imediatamente agradeço.

Nesse agradecimento -  lampejo do ontem: onde aceitei, confiei e entreguei.
É vida que segue. Nada é permanente, a não ser a própria impermanência.
E esse chão iluminado? Canta ao meu ouvido.
E nessa melodia me mostra outra forma de perceber também a força da ausência...TÃO PRESENTE.

E ela vem dourada, movimenta-se com graça e desperta a deusa, que não acha as suas vestes e se sente a maiiiis bela das criaturas.
Assim corpo, alma, coração se postam diante do espelho.
Saio. Troco de cenário.
Mas sempre acompanhada por esse reflexo, que por um momento tem cheiro, cor e nome: prazer.