15 de nov. de 2015

Aceito


Preciso de lugares lindos. Daqueles que nunca o meu olhar avistou.

Preciso do toque leve, da suavidade. Esse sensorial mágico que faz com que a alma se reconheça casa, chão, ninho. Espontâneo, doce, de uma simplicidade que me comove. Em casa estando, descanso.

Preciso um pouco da presença e não dessa ausência que teima em ficar. 

Senhor, permita abrir esse portal de tantas vidas, de tantas lidas, de tantas idas e me deixe ficar. Por um breve e sagrado estar. Permissão lhe peço, para nesse templo adentrar.

Ah, meu pai, pq antecipar o que ainda poderia esperar?
Muitos se foram.
Outros não chegam.

Há ainda aquele que nada sei. Mas sei que sem ele NEM SEI.

E fico assim: duas vidas em único ser.

Na aurora do dia, tenho 30, para poder labutar.

Quando o sol se deita, chego aos 90, para descansar.

Senhor, poderei ter a graça de estar?

Aqui, ali, no meu oitavo setênio, nesse nó lunar?

Respondo eu: seja feita a sua vontade.

Mas me ampare na ausência tão presente. Na falta vigente.


E o que quiser para mim, eu quero.


Daqui a pouco, 56.
Se pudesse pedir um presente: tempo.
Breve, mas todo meu e com vocês dois.
24 horas.
É muito?

14 de nov. de 2015

...



Não há escolha. 

Dói.
Dói por Minas. 

Dói por Paris.
Dói pelos refugiados.
Dói por essa humanidade insana.
Dói sem FRONTEIRAS.