20 de nov. de 2021

Encontro marcado

 


Há alguns anos a fotografia se tornou observação da natureza e um belo encontro comigo. Entro, encontro o avesso e me refaço.

A natureza é pulsante em mim desde a infância. Conviver com a fauna, ter em casa animais que meu pai trazia de suas andanças, aciona essa memória feliz, que tem sido bela companhia, principalmente quando o silêncio é linguagem. E o processo foi tão natural, orgânico, involuntário e remédio curador.

E nesse momento, você está junto. Estará sempre e como isso é bom. Gratidão por tanto.


10 de nov. de 2021

UMA SEMANA SEM VOCÊ

 


Me deparei com oração de Santo Agostinho e percebi - com força na alma - que assim seremos daqui pra frente.

Saiba que estamos todos bem, um cuidando do outro e todos acolhendo mamãe. Sua presença segue forte, marcante e visceral. Juntos mergulhamos nas memórias e rimos de tantos causos narrados por você. Cada um tem uma história contada por ti, aqui e ali.

No dia da sua partida, 3 de novembro, percebemos também a força da vida e da renovação. Nasceu Aurora, sua segunda bisneta. Luz e beleza em um momento de tanta dor. Fomos abençoados divinamente.

E falamos sobre o nascimento dela no dia 2, falamos dessa alegria imensa. Falamos da vida e da morte, com serenidade. Aliás nunca tinha visto você, meu pai, com tanta aceitação, paz e resiliência. Essa minha percepção de ti me revelou que a sua passagem estava próxima, por mais que eu verbalizasse pra você, que iria superar. Mas eu sabia, nós sabíamos.

Quando nos despedimos nesse dia, disse o meu “eu te amo tanto” e você respondeu: obrigada, filha. Obrigada, por tudo. E ali tive certeza do nosso último encontro, por mais que ainda planejasse com mamãe mais uma visita.

Aqui estou, uma semana sem a sua presença física e saiba que nunca foi tão visceralmente presente em mim. A sua ausência permeia minha existência e assim será sempre. Honro tanto o afeto e o pai de menina que foi a vida toda. Seu colo, suas bênçãos serão eternos.

Fica em paz, estamos em paz e cada vez que estivermos reunidos celebraremos a sua vida, vamos rir, chorar também, mas com certeza o amor será o condutor entre nós.

Bença, pai!

 

03.11.2021 | Passagem




Estamos aqui, visitando memórias, rindo de seus causos, chorando a sua ausência, que não pode estar mais presente.

Mergulharemos ainda nas suas gavetas, mas daqui a pouco. 

Seu cheiro permeia nossos corações, está nos cantos da minha existência e na gratidão que sinto por ter tido colo por tanto tempo. Santo privilégio, aos 61 anos, chegava na nossa casa e você dizia: senta-se aqui no colo do pai!

Fica tranquilo, vamos cuidar da mamãe. Somos quatro filhos, 11 netos, dois bisnetos e um bando de gente que ama você e a ela.

Fica em paz. Tua luz não se apagou, brilha em cada um de nós e honraremos seu legado, o amor na construção dessa família.

 Te amo, papai.


 

2 de out. de 2021

Dia de Festa!

 

Ao universo agradeço, a sua presença em minha vida e da minha família. Você é a tia dos meus meninos, a que os viu crescer e esteve presente sempre. Mesmo longe, cuida. 

Você é irmã, amiga e muitas vezes anjo da guarda. 

Além de ser presença e cuidado na vida uma da outra, somos ainda alegria, casa cheia, riso alto. Quantas vezes gargalhamos das nossas próprias misérias até doer a barriga. E como  isso foi bom, regenerador e nos devolvia energizadas para a lida. 

Sigamos assim, rindo alto, cuidando e que a nossa bússola seja sempre regida pela a alegria e o amor.

Feliz aniversário, Leiloca.

Vida longa!

Todas as benções!

Gratitute.










21 de mar. de 2021

A fome é violenta


Enquanto eu buscava com a minha lente o patrimônio histórico no centro da cidade, me deparei com o “patrimônio” sagrado, divino e tão abandonado.

 Quantas famílias dormindo na rua, nem uma nem duas, dezenas, gente de todas as idades: confusas, tristes, sofridas e famintas.

Quando percebi - estava cercada. No primeiro momento pensei: DANCEI.

Mas não queriam câmera, lente, celular... queriam comer. 

Eu nunca tinha visto a expressão "da fome absoluta" me encarar nos olhos. Recolhi o meu medo, atravessei a rua, comprei pão e leite na padaria. 

Há muito tempo eu não tomava um café da manhã com tamanha comunhão.

Segui o meu caminho me perguntando o que podemos fazer por essa legião de desabrigados.

A fome é violenta, urgente e não pode esperar.

 

  

 

24 de fev. de 2021

Casa é onde o coração está!


 


Ainda estou procurando o interruptor na parede errada, buscando a panela no alto, virando à esquerda quando deveria ser à direita, Chamando José de Dudu e a garrafa de café, meu Deus!!! Ganhou vida própria e a gente já não tem o mesmo compasso de antes. E meus passarinhos?!? Ainda não encontraram o caminho de casa. Lamento tanto.

Assim estou eu. Buscando em mim esse ninho para repousar. Será que quando meus bichinhos descobrirem que a comida continua a ser servida todo dia,  eu também vou descobrir que minhas panelas estão em novo lugar?

Vai se saber... Sigo observando o voo mais alto, céu azul e águas calmas.