Estou povoada de vocês.
Presentes no pão na manteiga, na
geladeira aberta, no tênis espalhado pela casa, nos rabiscos, versos, poemas,
na porta escancarada que levou tantos.
Essa ausência presente, companhia diária, anda de bicicleta,
faz yoga, adora um chope gelado, um abraço de urso.
Aguarda a chegada, sem
data, sem hora marcada, com agenda sempre aberta.
O amor imenso se adequa ao pouco tempo e se enfeita para a
brevidade. Feliz.
Diferente de tudo...
... o que me faz lembrar do coelho: -
Alice: Coelho quanto dura o eterno? – Coelho: às vezes apenas um segundo.
Sábio coelho.
E como esse segundo fica tatuado, num silêncio
absoluto, de plenitude.
Porta aberta. A casa sempre cheia. De tantos. De vocês.
Aqui estou. Lá eu vou.
A bordo do meu balão...