Enquanto eu buscava com a minha lente o patrimônio histórico no centro da cidade, me deparei com o “patrimônio” sagrado, divino e tão abandonado.
Quantas famílias dormindo na rua, nem uma nem duas, dezenas, gente de todas as idades:
confusas, tristes, sofridas e famintas.
Quando percebi - estava cercada. No primeiro momento pensei:
DANCEI.
Mas não queriam câmera, lente, celular... queriam comer.
Eu nunca tinha visto a expressão "da fome absoluta" me encarar nos olhos. Recolhi o meu medo, atravessei a rua, comprei pão e leite na padaria.
Há muito tempo eu não tomava um café da manhã com tamanha comunhão.
Segui o meu caminho me perguntando o que podemos fazer por
essa legião de desabrigados.
A fome é violenta, urgente e não pode esperar.