Não pausar o tempo, mas recebê-lo - o que ele traz de longe. Risos reconhecidos, abraços fraternos, gargalhadas infantis. Aquela vontade estar, sem o menor comprometimento com nada, com o ambiente, com o vizinho, com a idade cronológica. Por um momento a criança saltou e o adulto permitiu o correr na chuva, o roubar fruta na casa de seu Bicudo, traquinagem de outrora, com descrição de poesia. Nem sei se combina, mas flui, internamente, e jorra alegria com cara de choro. Que bom saber que essa menina mora aí e continua tão ativa. Que bom reconhecer a outra menina, e brincar. Que bom saber que essas meninas construíram um caminho bonito, cercada de gente bacana, parida com tanta doçura. Que delícia essa troca, esse reencontro... ...Se está esperando um final, não tem. Agora vamos juntar esse povo todo, os seus, os meus, filhos, periquitos e papagaios. Vamos colocar todos no mesmo caldeirão, saborear esse caldo, com gosto de fruta madura, de gente querida. Poesia, arte, amizade... Cabe tudo nesse balaio: eu, você e quem mais chegar.