22 de out. de 2015

4 anos depois, enfim...

Olhar para o que podia ser já não me comove mais. É como se esse “ontem” tivesse tão distante do hoje e totalmente desconectado. 

Não foi sublimando que cheguei a esse ponto, mas com uma determinação forjada a ferro e fogo. A raiva, esse sentimento aclamado por tantos como nocivo, tem a sua dose de sabedoria.

Não a raiva dirigida ao outro. Não a raiva gritada em fúria  a terceiros. Mas a raiva movedora, aquela que te tira da cama e diz: SAI DAÍ, PORRA!!!! VAI FICAR NESSE MI MI MI ATÉ QUANDO? VAI FICAR DE COITADINHA? DEIXA DE SER MAMÃO.

Adoro mamão. Mas não vem ao caso agora.

Essa chacoalhada diária me lançou. Me fez entrar em uma guerra silenciosa, de observação, de estratégias de fortalecimentos: me coloquei em posição de lótus por horas. Ajoelhei também. Virei-me do avesso.

Gritei aos ventos. Aos céus.

Olhando no meu olho, disse: SAI DAÍ, C...!!!! DEIXA DE SER CLICHÊ. NADA MAIS CHATO DO QUE MULHER ABANDONADA, DEPRIMIDA E COM PENA DE SI MESMA. FALA SÉRIO, TT. ATÉ TU!!!!

E essa raiva seca e cega, me transformou. Me colocou de pé. Fez de toda minha fragilidade fortaleza sim. E hoje agradeço a essa fúria visceral.

Trabalhei e trabalho por três. Sabe aquela máxima, o trabalho engradece o homem, tem seu “q” de verdade. Pelo menos não deixa você ficar que nem disco arranhado.

Encontrei em poucos, o apoio de um batalhão. Sempre voltado para a minha reconstrução. Presentes. Fieis e respeitosos em cada decisão ou caminho escolhido. 

Aquela “sábia” mão nas costas de sustentação: Essas - eu as tenho - e agradeço.

Remédios? Vitamina C e cama. E não podemos esquecer de doses maciças da medicina antroposófica.

E cá estou,  com tudo novo de novo. E me deparo com as descobertas, com pessoas que fazem realmente a diferença.

Sei o que eu quero, de verdade.

Sei  o que não me cabe mais.

Essa raiva lá do início, hoje é apenas uma dose extra de vitamina para a lida - que muitas vezes parece maior que posso aguentar.

Mas ledo engano. 

Sei que vou dar conta. 

Sei do tanto que já dei conta.

E sinto um enorme carinho por essa figura de 55 anos, com rotina de 25 e disposição que oscila entre os 15 e as vezes os 95.

Nada é perfeito. Essa sou eu.

E sigo.