Preciso de lugares lindos. Daqueles que nunca o meu olhar
avistou.
Preciso do toque leve, da suavidade. Esse sensorial mágico
que faz com que a alma se reconheça casa, chão, ninho. Espontâneo, doce, de uma
simplicidade que me comove. Em casa estando, descanso.
Preciso um pouco da presença e não dessa ausência que
teima em ficar.
Senhor, permita abrir esse portal de tantas vidas, de tantas lidas, de
tantas idas e me deixe ficar. Por um breve e sagrado estar. Permissão lhe peço, para nesse templo adentrar.
Ah, meu pai, pq antecipar o que ainda poderia esperar?
Muitos se foram.
Outros não chegam.
Há ainda aquele que nada sei. Mas sei que sem ele NEM SEI.
E fico assim: duas vidas em único ser.
Na aurora do dia, tenho 30, para poder labutar.
Quando o sol se deita, chego aos 90, para descansar.
Senhor, poderei ter a graça de estar?
Aqui, ali, no meu oitavo setênio, nesse nó lunar?
Respondo eu: seja feita a sua vontade.
Mas me ampare na ausência tão presente. Na falta vigente.
E o que quiser para mim, eu quero.
Daqui a pouco, 56.
Se pudesse pedir um presente: tempo.
Breve, mas todo meu e com vocês dois.
24 horas.
É muito?