22 de mai. de 2016

Antes de partir...

Você sempre teve grande estilo. Pra mim, a primeira dama, a matriarca, que conduziu a vida e a nós todos com muita sabedoria. 

Como aprendi com você, minha sogra (dizem que não existe ex-sogra). Como admirei ao longo da vida. Como foi figura presente, marcante, participativa, vibrante.

Como me encantava vê-la avó dos meus pequenos. Vó de contos de fada, de história de final feliz, de alegria e encantamento. 

E agora vejo a paixão, o amor imenso, que ambos sentem por ti. 

Hoje vi Pedro incansável ao seu lado. Ele e a sua esposa, Karen, traduziram todo esse amor em ação, em cuidado supremo. Muito orgulhosa de ambos. Delicadeza, afeto, devoção.

Recentemente fui visitá-la, depois de mais de três anos sem vê-la. O meu divórcio intempestivo me colocou no limbo e me recolhi. Mas vida que segue e cá estava Tereza de volta.

Quando nos olhamos, nada a dizer: rimos, rimos muito. Nos abraçamos mais e mais. Que dia memorável. Sensação total de presença como se nunca houvesse um hiato, uma lacuna.

Hoje você se despediu, foi ao encontro do seu amor absoluto, o Dedé (como as crianças chamavam o avô) . Mas antes de sair de cena, esperou um por um, viu a todos. Faltavam o Pedro e Karen, depois eu e por último, o Lipe.

E com total maestria, deixou a casa arrumada. 

Estivemos juntos: eu, Pedro, Karen, Lipe, Edson e a Alcilene.  Difícil? Sim, mas possível. Nada é mais divino que o amor. Nada é maior que a fé. Nada é mais forte que a família, mesmo em novo formato.

Você, minha querida Wandoca, foi sublime na hora do Adeus. Foi a materialização do seu discurso de vida: amor, família e fé. Exerceu o três e deixou o seu legado.

Ficamos aqui, com esse aprendizado. Pelo amor maior, aos meus dois meninos e por total sintonia com o nosso encontro, fiz o movimento da harmonia e do perdão.

E cá estou em oração, em total gratidão de ter tido o privilégio de tê-la em minha jornada de vida.

Deus lhe receba em sua divina misericórdia.
Tereza, também filha, nora, amiga.
22.05.2016