Me deparei com oração de Santo Agostinho e percebi - com
força na alma - que assim seremos daqui pra frente.
Saiba que estamos todos bem, um cuidando do outro e todos
acolhendo mamãe. Sua presença segue forte, marcante e visceral. Juntos
mergulhamos nas memórias e rimos de tantos causos narrados por você. Cada um
tem uma história contada por ti, aqui e ali.
No dia da sua partida, 3 de novembro, percebemos também a
força da vida e da renovação. Nasceu Aurora, sua segunda bisneta. Luz e beleza
em um momento de tanta dor. Fomos abençoados divinamente.
E falamos sobre o nascimento dela no dia 2, falamos dessa
alegria imensa. Falamos da vida e da morte, com serenidade. Aliás nunca tinha
visto você, meu pai, com tanta aceitação, paz e resiliência. Essa minha
percepção de ti me revelou que a sua passagem estava próxima, por mais que eu
verbalizasse pra você, que iria superar. Mas eu sabia, nós sabíamos.
Quando nos despedimos nesse dia, disse o meu “eu te amo
tanto” e você respondeu: obrigada, filha. Obrigada, por tudo. E ali tive
certeza do nosso último encontro, por mais que ainda planejasse com mamãe mais
uma visita.
Aqui estou, uma semana sem a sua presença física e saiba que
nunca foi tão visceralmente presente em mim. A sua ausência permeia minha
existência e assim será sempre. Honro tanto o afeto e o pai de menina que foi a
vida toda. Seu colo, suas bênçãos serão eternos.
Fica em paz, estamos em paz e cada vez que estivermos
reunidos celebraremos a sua vida, vamos rir, chorar também, mas com certeza o
amor será o condutor entre nós.
Bença, pai!