24 de set. de 2025

José Liberato, nossa vila

 




Parenta,


Ler você me transportou a essa rua, de tantos risos, luz e brincadeiras.

Ao fundo ouço, voz de mãe ou um “sutil” berro...?

-Entra criança, está na hora do banho!

E assim seguimos moldando o ser que somos. E assim seguimos, nos reconhecendo um no outro. E assim foi... tudo mudando.

E em mais um belo dia saímos para as calçadas sem perceber que aquele seria o último encontro. Meninos, meninas, um bando de irmão de vizinhança. Quanta traquinagem! Quantos namoricos! Quantas frutas tiradas do pé!

Ah, José Liberato, das pedras de paralelepípedo, das casas baixas, dos quintais do tamanho do mundo, das mães amigas, da vida que seguia devagar.

Não preciso citar nomes, quem aqui plantou suas raízes, hora ou outra aparece e o coração palpita no tom da saudade.

Quantos já se foram e ainda habitam em nós?

Muitos, tantos, eternizados...

Nostalgia aos borbotões, histórias que passamos para filhos, netos e uma saudade que arrebenta o peito.

Mas naquele minuto mágico, o Senhor Tempo nos faz meninas de novo e o abraço de hoje vem carregado de certezas, de amor e de gratidão.

Obrigada, José Liberato.