Pode ser. Mas quando você recomeça aos 51, tem que pensar numa grande ideia. Há uma necessidade eminente de dobrar o tempo, de poder construir dentro da total desconstrução.
No primeiro momento é tudo muito louco. É insano. Arrebatador.
Mas nesses últimos 270 dias, quando a virada de ano congelou em mim, quantas saideiras precisei viver para virar a folhinha, mudar o dia, a hora, o tempo, sair daquele 31 de dezembro de 2010?
O calendário ganhou nova dinâmica e fui criando dias maiores, às vezes menores, mas sempre vivendo, buscando, montando meus bloquinhos com novas cores, novas formas, novos personagens.
Não está pronto, mas já há estrada, determinação, reconstrução. E essa reconstrução é mais sólida quando a olho e coloco tudo no chão outra vez e digo pra mim mesma: PODE SER MELHOR.
E é tudo muito novo. É uma nova ORDEM. Não do universo. Minha, do meu próprio universo. E do mundo deles também. Todos, em total ajuste e aprendizado. E como esse trabalho precisa ser individual, para juntos, voltarmos célula.
E assim sigo, com uma grande caixa de lego na mochila, fazendo, refazendo, empilhando ou em alguns momentos dizendo: aff, não quero mais brincar.
E no segundo seguinte sento ao tabuleiro, ergo prédios ou choupanas, coloco gente nova, convido meu povo, ou me recolho na minha catedral.
O recolhimento e o se expor não se contrapõem, se complementam.
Assim pelos cálculos, estou de vestido branco, comemorando 1 ano, do resto da minha vida.
E tem muita gente bacana cortando esse bolo comigo.