11 de nov. de 2012

Quadro a quadro...


E lá estamos nós, não costurando, mas imprimindo novo álbum: nas paredes, na pele, na memória.
Memória essa, aquela que já trazemos na pele, na alma e que não perdeu o tom, não desbotou, cintilante está.

A moldura não podia ser mais a gente. ALEGRIA. Uma vontade ímpar de rir alto, abraçar forte, olhar no olho.
Em cada pedaço de fita cortado, na posição escolhida, na mão de muitos, para cuidar do canto de um. O desejo supremo de escrever na parede: estamos aqui, presentes, inteiras, contando uma com a outra.
História.
Histórias de vida.
Cada uma com a sua narrativa, com suas dores, alguns lamentos, mas com a determinação suprema: ser feliz.

E assim o fizemos. E assim buscamos dia a dia. Não perdemos o melhor de nós.
E quando o telefone toca...

São eles querendo saber da gente. Dos excessos. Da farra rasgada. Num sábado etílico musical. Na vitrola uma trilha sonora. No chão:  passos, dancinhas, o nosso ritmo.
E como é bom sentir que não perdemos o compasso, mesmo atravessando o samba num momento ou outro.

E desligamos o telefone com a certe absoluta: mulheres maduras, com um –q- de criança, como diversos -q’s de adolescente.
E isso nos define.

8 de nov. de 2012

Resiliência...


“Não te deixes destruir...
Ajuntando novas pedras
e construindo novos poemas.
Recria tua vida, sempre, sempre.
Remove pedras e planta roseiras e faz doces. Recomeça.”






Cora Coralina com certeza não deve ter lido o significado da palavra resiliência, mas a expressou de forma sublime.
E engraçado que todo esse contexto permeia minha vida hoje. A necessidade não apenas de enfrentar grandes mudanças, mas transmutar.
Mudar, mudar, mudar, sem endurecer o coração, sem trazer a melancolia para a minha caminhada.
Que tarefa difícil.

 
Andei por muito tempo perguntando pq?
Mas fazia a pergunta errada. E logo eu, que vivo de boas perguntas, de perguntas certeiras.
Virei-me, revirei-me no avesso, ao ponto de não saber qual é o lado certo; mas o avesso vem me caindo bem. E quando acho que encontrei o “modelito” é preciso coser de novo, revirar o tecido, bordar e pespontar nova roupagem.
Confesso, que encontro muito cansaço, que me perco no meio de tantas linhas e agulhas, que não me adéquo bem à veste.
Mas isso agora também sou eu.
Então me desnudo.
Me coloco sob o meu próprio olhar, espelho transparente, e me observo.
Percebo-me hora resiliente, hora não. Resignada, NUNCA.
Sou nesse exato minuto INDIGNADA. Não com a vida, mas por receber da minha maior certeza a INCERTEZA.
Me tornei triste? Não. Com certeza não.
Assim sinto, quando estou com pessoas que amo, que me faz sair desse triturador, que não será permanente.
Atualmente esse é o período mais difícil do ano, talvez por ter sido sempre o período mais doce.


Um brinde a vcs meninas
Um brinde aos meus meninos
Um brinde a vida

3 de nov. de 2012

Também tão eu

A ausência tão presente de mim mesma abriu uma janela.
E nela  me vi, me senti, esvaziei.
Caminhei de mãos dadas, com tão doce cia que há muito não aparecia.
Ai, saudade minha, que bom que me encontrei, mesmo por uma manhã
florida, nesse dia, tão “nós”.