“Não te deixes destruir...
Ajuntando novas pedras
e construindo novos poemas.
Recria tua vida, sempre, sempre.
Remove pedras e planta roseiras e faz doces.
Recomeça.”
Cora Coralina com
certeza não deve ter lido o significado da palavra resiliência, mas a expressou
de forma sublime.
E engraçado que todo
esse contexto permeia minha vida hoje. A necessidade não apenas de enfrentar
grandes mudanças, mas transmutar.
Mudar, mudar, mudar, sem
endurecer o coração, sem trazer a melancolia para a minha caminhada.
Que tarefa difícil.
Mas fazia a pergunta
errada. E logo eu, que vivo de boas perguntas, de perguntas certeiras.
Virei-me, revirei-me no
avesso, ao ponto de não saber qual é o lado certo; mas o avesso vem me caindo
bem. E quando acho que encontrei o “modelito” é preciso coser de novo, revirar
o tecido, bordar e pespontar nova roupagem.
Confesso, que encontro
muito cansaço, que me perco no meio de tantas linhas e agulhas, que não me
adéquo bem à veste.
Mas isso agora também
sou eu.
Então me desnudo.
Me coloco sob o meu
próprio olhar, espelho transparente, e me observo.
Percebo-me hora
resiliente, hora não. Resignada, NUNCA.
Sou nesse exato minuto
INDIGNADA. Não com a vida, mas por receber da minha maior certeza a INCERTEZA.
Me tornei triste? Não.
Com certeza não.
Assim sinto, quando
estou com pessoas que amo, que me faz sair desse triturador, que não será
permanente.
Atualmente esse é o
período mais difícil do ano, talvez por ter sido sempre o período mais doce.
Um brinde a vcs meninas
Um brinde aos meus meninos
Um brinde a vida