Chegou sem cerimônia, dono do tempo e espaço e remexendo em
velhas feridas.
Fiz diferente, fiquei, recebi de peito aberto com a esperança
do abraço curador, que veio no olhar do filho.
Percebi que é mais fácil para o outro cobrar, do que observar o seu próprio
quintal.
Mesmices de sempre, fatos corriqueiros repetitivos, não há mais lugar.
Ligação que não veio, encontro que não aconteceu. Lacuna que
se abre. Precipício.
De repente, outra página, muita água, o carro roda, e nesse
giro o olhar do estranho.
...que olhar acolhedor, que mão protetora, que vazio.
Gelado, frio, com a própria chuva que caía, aquelas de março
que fecham o verão e dessa vez veio antes da hora.
E a tempestade derruba paredes, lava não apenas o chão, mas
retira o que antes seria impossível deixar de existir.
Tudo é possível. O nunca - não existe - e o para sempre
NUNCA será. Vai entender.