12 de abr. de 2013

Jardineira




O maior jardim do mundo é o meu.

Ele guarda tantas espécies, cores, texturas, formatos...

Ele frutifica permanentemente.

Não pense que não há os períodos de estiagem. Seca braba, que suga, mas quando penso que a safra tá perdida, Deus manda água, farta, grossa, que faz brotar do nada.

E esse desaguar banha-me, envolve-me, me faz liquidificar o encontro, que momentaneamente mata a sede.

É quase um milagre, que me alegra a alma e revela essa jardineira errante que sou.

Ah, e os perfumes...
Aqueles tantos, que arrepiam a pele, entorpecem os sentidos  e atiçam os desejos mais íntimos.
Nesse metro quadrado guardo o meu mundo.

Experimento.

Me devolvo, mas nunca sem me entregar.

Sorvo cada gole e descanso no meu jardim..