A transparência revela o que está para eclodir. Falta pouco
e a proximidade me faz olhar para o caminho percorrido. Assim entendo todo
processo e onde ele culminou. A sensação é de redenção. É de fechamento. É de
virada de página.
Mas...
Precisei perder muito
para me encontrar. Vixeeee!!!
- Clichê. Frase de
efeito. Mentira absoluta.
Perdi sim, mas de uma forma totalmente “Alice de ser”. Não
senti, não vi e quando dei por mim, estava sozinha para apagar a luz. Mais um
clichê - mas esse é verdadeiro.
E nessa escuridão fiquei. Por um instante, totalmente
imóvel, sem saber se tinha porta ou janela.
Engatinhei dentro da confusão, da gritaria... e nesse
desespero interno – S I L E N C I E I.
Tomei a contra mão.
Me recolhi, como se esperasse a tempestade passar. Mas a
chuva não era de verão.
Afoguei na dor. E da minha fragilidade fiz fortaleza.
Bebi muita água. Não tinha nada a dizer a ninguém. Não tinha
perguntas ou respostas rondando-me. Tinha certezas, quase absolutas: a perda é
imensa, a desconstrução total, não sei que caminho tomar.
E não saber, foi a solução ou não, vai se saber. Mas conduziu-me.
E nessa condução despi-me, analisei - da trepada ao
desfecho.
Sempre soube que uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra
coisa. Mas também nunca fui muito padrão, um conceito “Tereza” de ser, posso
colocar assim.
E não entendia. Mas também não me cabia mais.
Aquela célula forte, dividiu-se e enfraqueceu, por um
momento.
Foi necessário entrar num casulo, cada um no seu,
individualizar para poder manter o encontro de uma vida. Uns voltaram mais rápido,
outros ainda precisam do isolamento... cada um no seu tempo.
- E nessa leitura até
aqui...essa mesmo que seu olho vê... se está esperando aquele desfecho final
feliz - uma borboleta florescente saindo do casulo...
-Lamento, é borboleta, mas a bichinha tá em outro compasso.
-Lamento, é borboleta, mas a bichinha tá em outro compasso.
Mas calma...Voltemos
a narrativa.
A buraqueira foi grande e hoje a “misturança” me define bem mais. E como!
Bom. Há cerca de vinte dias passei por uma cirurgia. Um
procedimento simples, inicialmente, que se tornou uma cirurgia de grande porte.
Dor absoluta. Medo extremo. Insegurança.
Já em casa percebi que esse momento era ponto final, não de
minha vida, mas DAQUELA vida.
Uma morte iminente.
Renasci. Ressuscitei. Sei lá.
Mas cá estou, com a legítima sensação que todo sofrimento
físico cicatrizou uma alma tão mutilada, ferida, maltratada.
E essa cura - que precisou machucar a carne - cicatriza...
Não há euforia, há um aconchego íntimo, meu, indivisível...
O raio da perninha da barboleta ainda tá presa no casulo,
mas é para o corpo se reabilitar.
Mas já da pra dizer: galera, estou de volta.
Ou não, vai se saber. hehehehehe