27 de jan. de 2020

Portas e janelas




Sol entrando na soleira da porta; a vida que passa enquanto espia debruçada na janela; a chuva que pinga lá fora; crianças correndo ao vento; Ah, sempre elas, portas e janelas. 

Fechadas... abrem-se pra dentro: no cheiro de café passado na hora, no abraço, no beijo, no amor que precisa da quietude de uma fechadura silenciosa. 

Aquela frestinha, aquele pedacinho de luz que revela o proibido e acende desejos adormecidos. 

Lacradas: são como prisão, esconderijo, refúgio, solidão ou não. Aquele santo aconchego. 

Escancaradas:refletem no olhar o espetáculo da divina criação. 

E todas guardam de forma quase sagrada - suspiros, alívios, estórias e histórias. Elas, na calmaria do tempo testemunham o viver. 

Portas e janelas, quanta curiosidade despertam, quanto mistério guardam,  nas ruas e avenidas desse mundo afora.