Sol entrando na soleira da porta; a vida que passa enquanto espia debruçada na janela; a chuva que pinga lá fora; crianças correndo ao vento; Ah, sempre elas, portas e janelas.
Fechadas... abrem-se pra dentro: no cheiro de café passado na hora, no abraço, no beijo, no amor que precisa da quietude de uma fechadura silenciosa.
Aquela frestinha, aquele pedacinho de luz que revela o proibido e acende desejos adormecidos.
Lacradas: são como prisão, esconderijo, refúgio, solidão ou não. Aquele santo aconchego.
Escancaradas:refletem no olhar o espetáculo da divina criação.
E todas guardam de forma quase sagrada - suspiros, alívios, estórias e histórias. Elas, na calmaria do tempo testemunham o viver.
Portas e janelas, quanta curiosidade despertam, quanto mistério guardam, nas ruas e avenidas desse mundo afora.