Olhar para traz e começar a pintar outra tela, é benção.
Agradecer a cria, pedaço nosso, é dádiva.
Chegar aqui, foi duro.
Mas como é possível olhar de outra forma, sentir sem
estar contaminada pela dor.
Criar esse distanciamento, ordenar o baú e não queimar o
passado.
Ele é rico, têm gargalhadas, cumplicidade, crescimento, tem
história, alegria e vida.
E vai chegar o dia em que, como amigo sentaremos, e veremos
fotos antigas, de uma família
que passou pelo desmantelo, que ainda não se reconstruiu totalmente
, mas traz no seu DNA:
o aconchego de uma casa amorosa, de colo farto e riso
frouxo.
Filhos, não foram o planejado. Mas é o possível. E pai e mãe estão aqui.
Gente que ama, que
cuidou com toda ternura, que velou o sono de dois meninos tão amados, que riu
no riso do outro, que dormiu todo mundo embolado, que acompanhou cada fase
desse crescimento mágico...
Hoje, homens que são, buscam seu próprio caminhar.
Eu, na plateia: torcendo, agradecendo e percebendo que o que
foi plantado, germina e frutifica. A colheita será farta, sem hora marcada, sem
pressa, no tempo de cada um.
Bom estar nesse lugar nesse momento e que ele se mantenha.
Um dia de cada vez. No aqui e agora...ESTOU EM PAZ.
Eu Aceito, eu confio, eu entrego e AGRADEÇO.