31 de jul. de 2011

Vento que vai, vento que volta

Acreditar no que foi plantado e ter a certeza de que a colheita é farta, independente da época - É CONQUISTA.
E essa conquista se mostra - se apresenta -  e representa os conceitos mais internos de quem conduziu.
Deixar a gaiola aberta para o ir e vir, é certeza do retorno ao ninho: sem cobrança, sem obrigatoriedade.
Por um momento, breve, mas forte – vacilei. 
Achei que o voo longo do outro - fosse mais que longo voo.
Mais não! - há bússola, há norte, há liberdade.
Pousar ou voar é questão do momento de cada um.
E como é bom:  as asas abertas planando ou recolhidas em meu colo para breve repouso.
Como é doce  não ser discurso de mim mesma.
A liberdade interna, silenciosa, plena, nos une e nos faz assim...
Libertos dos compromissos da atenção, da aflição, da rejeição e tantos outros ...ão.
E nas últimas duas semanas, vi isso em cada cria...
Chegar , abraçar, amar, olhar no olho, abraçar forte, calar...apenas  porque é bom estar.
Ir, mala pronta, coração cheio, sorriso farto.
Sem mais hora marcada, janela SEMPRE aberta...
A sensação é de vento no rosto, frescor na alma, certeza da escolha.
É CONQUISTA.

26 de jul. de 2011

Tantas vidas

Como negar o que se afirma – NA ALMA.
Como fugir do maior ENCONTRO de vida.
Como não reconhecer os sinais: terráqueos, etéreos, sublimes,
que faz a respiração crescer, o corpo tremer, a voz embarcar.
Pra que a guerra, se o desejo é de paz.
Será forma de proteção?
Comportamento repetitivo?
Negar por querer demais?
Sei lá.
Ou sei sem saber?
Ou sinto essa falta de saber?  
Não importa.
Sei o que reconheço: no sonho do outro, na minha própria história.
E reconhecendo me percebo, me reencontro  nesse calor, na fogueira, saia rodada, corpo em brasa.
Me vejo no mergulho, águas profundas, a leveza das piruetas, anunciando a  ALEGRIA.
Alegria - que tem sido o norte, a bússola, de tantos caminhos traçados, de tantas vidas vividas.
Danço na fogueira.
Brinco com golfinhos.
Recebo o que por direito é meu.
Assim  acredito, confio, entrego e agradeço.
E o universo conspira...
A aula de hoje foi fantástica. | viagem total.

24 de jul. de 2011

Fluidez

É tão claro.
É tão igual.
É tão a gente.
Perceber que tudo é fruto de tanta mudança, do avesso do caminho trilhado.
Sacola vazia, não havia o que ser dado.
O recolhimento tão necessário pra mim, vital pra ele.
E assim me reconstruo, e assim se reconstrói.
E a única certeza é o amor: enraizado, imerso na terra.
A matéria prima de nossas vidas.
E como é doce  perceber a clareza, a força, saber que a tempestade sacudiu, balançou; e na calmaria do momento: olhar – ver – sentir – que está tudo no mesmo lugar, assentado em mim, abraçado a ele.
E que realmente não há escolhas, não há lado, mas o desejo único de estar com quem se ama.

Sinto orgulho, de quem se tornou, da força que traz, da determinação, da postura, da segurança.
Segurança essa, que num primeiro olhar, fria com lâmina. Mas se houve dúvida, foi minha e não dele.
O homem - traz o que foi plantado no menino - e se expõe, sem medo, com a certeza que o que sente é incondicional, mesmo que por um instante - o outro - não perceba.
Quão maior ele é, e assim nos olhamos nos olhos.
Nos percebemos.
Nos aceitamos. 
Estamos em casa novamente, nós dois.

21 de jul. de 2011

R E C O L H I M E N T O

O recolhimento é trabalho, o acolhimento resultado.
E me acolhendo -  processo.
E nesse processamento há etapas: olhar de frente, reconhecer toda fragilidade,
registrar a dor, permanecer o tempo necessário para  PROCESSAR.
Aterrar... até brotar.
Assim tem sido, assim tenho vencido etapas.
Uma de cada vez, sem solução mágica, mas com total transparência diante do meu espelho interno: o feio, o pequeno, o medíocre – há reflexos muitas vezes.
Mas como esse respirar me conduz, como esse mergulho interno lava, transmuta, gera um prazer único, finito ainda, mas tão sólido.
Não falo mais em guerra ou batalhas. Em vencedores ou vencidos.
O que me cabe -o que posso acessar - Eu.
E nesse retorno, nessa reconstrução -  além das minhas próprias ferramentas, recebo outras,  que me  ajudam  a revolver a terra.
E assim renasço, broto.

15 de jul. de 2011

Assim é o caminhar.



Ela veio aberta.
Para você poder ir e vir.
Entrar, sair, não se dividir.
E no andar solitário, a certeza da companhia.
Presente na alma, marcada no corpo.


14 de jul. de 2011

Elasticidade


CHEGA UM MOMENTO EM QUE É PRECISO ABRIR MÃO: deixar correr. Soltar e se perceber.
HÁ UM MOMENTO QUE É PRECISO OLHAR DIFERENTE: abandonar histórias. Trocar os padrões.
É O MOMENTO DO NOVO: que não é isso. Que não é aquilo. E é outra coisa.
E sendo outra coisa me adapto.
Até pq esse ir e vir, clichê, gato e rato, cansa.
E não sou gato. Não sou rato. Mal como queijo. Prefiro manteiga.
E respiro. Busco dentro mim a tal fortaleza, quem vem mesmo da minha total fragilidade.
E ME RECOMPONHO.
Ainda sem muletas, mas elas me espreitam - encostadas ao armário.
Há quem diga que não preciso.
Que o sorriso ilumina, abre novos caminhos, expande a mente.
ELASTICIDADE.
Também do corpo, da alma e das novas possibilidades.

9 de jul. de 2011

A Bahia está em mim...

O colorido, o afeto, a fé, o gingado, a explosão, a leveza de quem caminha.
Nas ladeiras a força de uma raça, o sorriso além mar, desfilam nas pedras polidas pelo tempo.
Ah, Bahia, de todos os santos e SANTAS. Da nega fulô, da Praça Castro Alves, dos casario do Pelourinho, da Liberdade, das ruas e vielas com gosto de pecado.
Do desejo estampo em vestes, pulverizados nas calçadas. Gente bonita, multicolorida, multiraça.
Santos, orixás andam ao meu lado, espreitando, fitando de longe, reconhecendo o desejo de quem ama a rua e se escora nas esquinas.
Ah, Bahia quintal do meu prazer, da minha gente, de tantos amores.
Sacra-profana, mas com total divindade de quem deita a rede, fecha os olhos e abraça tudo isso.