16 de dez. de 2014

Semeadura...


E o olho do furacão se fez flor.

Revolveu a terra, queimou mazelas, floriu.

Tantas ferramentas utilizei, mas nada como a mão humana para a semeadura.
 
Obrigada por cada vez que me ajudou a revolver a terra. Podar nos excessos.  A aguar quando necessário.
 
E que venha  colheita: farta, orgânica, vital.

 

2 de nov. de 2014

Onde estão?

Estou povoada de vocês.
Presentes no pão na manteiga, na geladeira aberta, no tênis espalhado pela casa, nos rabiscos, versos, poemas, na porta escancarada que levou tantos.
Essa ausência presente, companhia diária, anda de bicicleta, faz yoga, adora um chope gelado, um abraço de urso.
Aguarda a chegada, sem data, sem hora marcada, com agenda sempre aberta.
O amor imenso se adequa ao pouco tempo e se enfeita para a brevidade. Feliz.
Diferente de tudo...
... o que me faz lembrar do coelho: - Alice: Coelho quanto dura o eterno? – Coelho: às vezes apenas um segundo.
Sábio coelho.
E como esse segundo fica tatuado, num silêncio absoluto, de plenitude.
Porta aberta. A casa sempre cheia. De tantos. De vocês.  
Aqui estou. Lá eu vou.
A bordo do meu balão...
 
 

 

Viver...o Menos com Mais


Fazer MENOS mais é conceito de vida,

que chega geralmente, por grandes mudanças

ou por pura sabedoria.

Transformar esse conceito em ação é trabalho diário,

é dizer muito NÃO...principalmente para si mesmo e

depois para o outro.

É bancar: primeiro a sua própria frustração,

e depois de quem espera mais de você.

Mas quando o – MENOS - sai do mental e se torna ato

espontâneo, que vai ocupando cada pedacinho interno

e também o externo, acontece...e em um belo dia,

vc percebe que MAIS - MESMO - é o menos.

O prazer é sutil, mas também mais intenso.

O processo é lento, progressivo e não tem volta.

Bem vinda ao clube: Viver o MENOS como MAIS... é experiência única, Intransferível e visceral.

Mesmo quando parece fugaz, é toda uma nova concepção de vida.

 

24 de set. de 2014

Então...


 
Quando se coloca a casa abaixo, não é em busca de nova decoração, quem me conhece, sabe.

É faxina, de dentro pra fora.  Mergulho nos porões mais escuros e um novo espelho se revela, e uma nova luz, novos propósitos, mas com a mesma amorosidade de sempre.

Não tenho talento pra muito MI MI MI. Sabia, que num momento ou outro, eu mesmo iria gritar: já deu.

Não tenho talento para muitas outras coisas: melancolia, tristeza absoluta, “vitimização”, mas sou fiel, a todos os sentimentos e sensações. Não fujo de nenhum deles.  Tive que fazer de toda essa fragilidade – Fortaleza, S I M.
Enfrentar medos, dar à mão a raiva, abraçar a perda.

E hoje essa cor que percorre cada canto, que escorre nas paredes, está na minha alma.

Muito a  contar: nada.

Muito a escrever: sempre.
Afinal, é a minha linha condutora. Onde faço, desfaço, recomponho, me desmonto, saio inteira (nem sempre).

Respiro, inspiro, pinto, bordo, costuro, invento uma nova forma de inventar. Em alguns momentos, apenas me recolho.

As vezes o “mi mi mi” se impõe, mas é no “há há há”... que me encontro.

Rir é ótimo. Gargalhar uma benção. Mas rir de nós mesmo, é uma arte e com grande poder de cura.
 
Amém
Namaskar
Namastê
 


A caminhada continua e vem novos capítulos por aí. Aguarde: a festa tá só começando.







 

 

 

5 de ago. de 2014

Sei - que nada sei. Mas me faço saber...

Eu agradeço.
E nessa gratidão reconheço toda a minha fraqueza.
E dela faço fortaleza.

 
Quantas vezes perdi o chão.
Mas NÃO por pura mágica, ganhei asas.
Hora do repouso, da pausa...
 
Aceitação.
Resiliência.
Antes antídotos da minha própria existência se incorporam a jornada. São instrumentos usados para entender e aceitar o que não posso mudar.

Assim confio.
E na entrega - novas descobertas.
Mas muitas vezes me repito em antigas linhas já escritas: eu sei que nada sei.
 
Ah! Como  essa repetição é nova e se aconchega em minhas entranhas.

É nesse não saber, que me pego estudiosa e em tão suprema companhia, a sua - Senhor.

Assim, o referencio. Assim, imploro:
Não me afaste os medos e nem a dor. Mas me permita manter essa coragem serena que sinto hoje.
Se sei - que nada sei. Me faço saber, aqui, agora - o único lugar onde posso estar.
 
Amém!




5 de jul. de 2014

Os de lá. Os de cá!!!!

Sinto que a seleção brasileira é como a casa da gente.
A casa da grande maioria dos brasileiros.
Tem dia - que somos geniais e fechamos o dia nos sentindo vitoriosos.
Em outro, se alguém está cabisbaixo e pede cafuné, ganha colo também.
Há ainda aquele momento que alguém precisa de esporro pra sair do lugar.
E tem dia de festa. Ah...
Juntar todo mundo:  rir, brincar, falar alto e festejar o simples prazer de ser.
Memorável, fica grifado na alma: cada encontro. Cada vitória.

Quando um adoece, nossa. Estamos todos lá, dando força, em estado de oração.

Mas quando um é sacaneado, a ofensa é coletiva. E ai, do pobre!!!

Assim as famílias brasileiras seguem. Assim a seleção brasileira se mantém.

Nem sempre brilhante, nem aqui e nem ali.

Mas absoluta no desejo supremo de fazer acontecer, pra si, pro outro, para a família.

Bora embora gente, como fazemos todos os dias, na busca permanente por bons resultados.

E família que se ama, faz assim: apoia, consola, mesmo quando não concorda muito.

Avante, meninos: os de lá e os de cá.

 


1 de mai. de 2014

...

Raiz profunda.
Frutos maduros.
Plantada, cá estou.
Te saúdo mãe terra, com pés no chão, mas sem deixar de perceber – em mim – a leveza da nuvem,  as asas abertas, viagem transcendental.
Enquanto revolvia a terra, em busca de respostas, o sabiá cantava me chamando para o voo.
Me lancei: asas abertas, sol no rosto, brisa na alma.
Lá de cima, em plena viagem, olhei para baixo e avistei: robusta, frondosa, forte e para o meu encanto, me sorria.
Ora árvore, ora pássaro, ambos moram em mim. Ambos habitam você.
Enquanto a dualidade se exibiaaa..., percebi, na árvore, ninho que abriga e protege.
E nas asas,  a certeza do voo pleno, mesmo nos dias mais chuvosos e frios.
Nada como o sol  que nos guia.
Shanti – Shanti - Shantihi

1 de abr. de 2014

Meu canto, meu encanto




Tive que colocar tudo abaixo.

Faxinar cada gaveta. Virar do avesso, também a alma.

Joguei tudo fora. Primeiro os objetos. Em seguida, os registros.

Queimei mais que papel e fotos.

Dia após dia. Semana após semana. Meses. Anos.

História conhecida, narrada de tantas formas, com total clareza.

Perdas? Inúmeras.

Dores?  Nossa!!!!!!!

Conquistas... absurdamente muitas.

E o gato de rua ganhou estrada.

A mala, bagagem de décadas, está limpa, mas não vazia.

No fundo dela, o construído, o amor vivido, as crias abençoadas, o melhor de nós dois.

E a cor...voltou. 

Primeiro em mim mesma e foi tingindo o ambiente, colorindo meu quintal, interno e externo.

Celebro hoje a mim mesma.

Sinto orgulho, da construção.

E sinto também, de forma única, um sentimento novo: encantamento.

Quantas vezes precisei fazer do menos - mais

E não bastou.

Tentei mais. 

Fiz o menos - mínimo

E hoje transbordo.

Melhor que a sensação de encantamento, é a do agradecimento.

Obrigada!

Estou de volta. E a companhia é ótima.







12 de mar. de 2014

Capitão da sua nau




 Você chegou ao meio de um tsunami. Meu navio, a deriva: sem rumo, sem plano de viagem, sem destino. 
A tripulação havia abandonado o navio e fincado ancora em outros portos. 
Um bravo marinheiro resistia ao meu lado, mas já contaminado por tanta água que engolirá. 
A sua chegada, pra ele, foi troca de turno, pq ele nunca abandonou essa embarcação.  É um bravo marinheiro.

Assim, eu sem leme, você chega e segura a minha mão.

Por meses dividimos a mesma cama. Eu chorava baixinho para não perturbar o seu sono. Você, grande que é, se encolhia no canto, para abrir espaço: acreditando que aquela dor pudesse repousar.

E esse marujo, novato, foi a grande motivação para eu sair da cama todos os dias. Para arrumar todo convés, procurar águas mais calmas, colocar a boia na mesa.

Como foi difícil, para ambos. Como foi enriquecedor, para ambos.

Meus bravos marinheiros
Enquanto o velho Almirante e o seu Imediato questionavam a chegada do novo marujo naquela tempestade, o capitão tinha certeza: há (e haverá)  lugar pra ele sempre, desde o primeiro colo.


Eu, totalmente perdida dentro de mim. Você, totalmente perdido, na cidade.

E nessa confusão geral o AMOR nos conduziu. 
O RESPEITO nos guiou. 
A CUMPLICIDADE silenciosa estendeu a mão. 
O CUIDADO, bilateral se instalou. Ora pra um, ora pra outro.

Quantas vezes saí do minha catarse para pegar você no ponto final do ônibus? Santa terapia.

O tempo passou e todo nosso encontro de vida, desde a barriga do “imediato” virou ponte sólida. Nela atravessei para mim mesma. Nela você ganhou rua, ganhou mundo.

Vi o novato marujo, CRESCER. Aquele garoto tímido e inseguro deu lugar ao homem. O corpo encurvado, alongou-se e nesse processo, tudo ganhou nova forma.

O lay out é outro. Mais despojado, mas real com o ser que mora aí. As descobertas: inúmeras.

Aqui você se fez macho. Aqui você abandou a escolinha e tornou-se universitário, na maior grandeza da palavra.

Aqui você imprimiu a sua marca. A sua qualidade de gente. A sua beleza do ser. 
Como te admiro, querido. Como amo você. O sentimento é de mãe. Mãe galinha também.

E nesse desabrochar profundo, reconheci sempre em ti, o melhor do seu Almirante e o melhor do seu Imediato. 
Você traz em si, a força do Petit e a sensibilidade da Leiloca.

Não podemos esquecer-nos dos entreveros. Dos tantos incêndios na casa de máquina. Mas em  cada um deles, crescemos.

E hoje vejo-o com o seu próprio navio, leme firme na mão, procurando novos mares. Apesar da tristeza que trago agora, morro de orgulho de você ter ser tornado capitão da sua própria NAU, mestre do seu DESTINO.


E finalizo com a ordem do dia desse navio: Eu, Tereza, mãe adjunta do Rafa, decreto: essa casa é sua, filho. Cada vez que desembarcar aqui, a mãe vai estar de braços abertos para receber aquele, que se tornou o meu caçula e o capitão da sua própria embarcação.





24 de fev. de 2014

...

Sei que nada sei. E nesse não saber, me encontro.

Encontro respostas para perguntas não feitas. 
Há uma acomodação interna, brisa serena, necessidade aflorada do gentil. 

Uma companhia permanente me guia, me aponta caminho, da estrada desconhecida, mas com tão gosto de casa.

A dualidade aparente é ilusória. A conexão se fez, não nos estudos, mas nas entranhas.
Na ação. 
E...: o corpo recebeu, cicatrizou, a alma  acolheu e o ser percebe novo olhar, para a sua própria essência.

Chegar. Cheguei?

Como AINDA nada sei, me lanço, com determinação, mas sem urgência. 
Com disciplina, mas sem autoritarismo ou ditadura interna. 
Não há tempo para mesmice, mas a ampulheta cumpre a sua sina, do tempo no tempo certo.

Folha em branco sou, com cores e nuances  presentes, prontas a colorir lodo, cinza, de um rio, outrora cristalino.

A clareza é bússola. Há uma liberdade interna absoluta, imperceptível para o olhar de fora. Um conforto acolhedor.

Se há sede? Sim. Há.

Vivenciar esse meu eu, percorrendo labirintos, enfrentando abismos e corredeiras. 
Trabalhar. Estudar.  Embriagar-me nessa luminosidade que já percebo em lampejos, principalmente nos dias mais sombreados.

Não sou morna. Não sou isso ou aquilo, sendo SIM - isso e aquilo - TAMBÉM.

Sou fogo, sou água. Sou terra, sou ar.

EU SOU.

Sou eu: sombra e luz. Hora - suave como lamparina. Hora - neon incandescente. 

E cá estou: sem promessas, pronta para me lançar na maior aventura da minha vida. 

Onde isso vai dar? O tempo dirá.


A jornada começou.


S. G., há encontros já tão traçados,
que a alma reconhece como morada.
Agradeço, a mais profunda descoberta
“do meu nada sei”.
T. 24.02.2014

16 de fev. de 2014

A estrada continua...

Tantas rotas.
Tantos avessos.
Setas. Siga. Vire. Volte. Pare. Ande.

E lá no fundo o coração, sua bússola, silenciosa.

Plena observação. O ir e vir se faz caminho e aponta novos.
... e quando a porteira se avista, está ali, diante de ti, toma-se outra estrada.

Tantas rotas.
Tantos avessos.
Setas. Siga. Vire. Volte. Pare. Ande.

A repetição necessária dá lugar a quilômetros. Hora de percorrer, sem pressa de chegar.
Não se perde o caminho, mas se constrói uma estrada mais clara, limpa, transparente, gentil, própria.

E depois tantos ir e vir, se revela o que a alma já conhecia. Se o caminho tem coração, siga.


12 de fev. de 2014

Essa casa abriga sonhos...


Sonhos de meninos e meninas.
Sonhos de quem ganha o mundo, abraça o seu destino e escreve a sua história.


Eu estive lá...

E encontrei brilho nos olhos, gargalhada solta, riso franco e uma vontade determinante de fazer acontecer.

Há quem fale mais.
Há quem olha de longe.

Há quem desenhe uma caminhada cheia de curvas, sobressaltos e solavancos.

Linda. Própria de quem ama a aventura e está pronta para tomar vento no rosto e chuva na cabeça.

Em comum, o desejo supremo e absoluto de ser feliz. De sair do modelo padrão, de fazer o menos mais – sempre.

Lindos. Jovens. Talentosos.

Ferramenta múltipla em prol do bem estar de todos.

Arquitetos, produtores,  músicos...

Acredito no projeto. Confio na escolha. Vibro com cada coração, num compasso novo, cheio de descoberta e ação.

Trago um pouco de cada um. 
Impregnada estou da minha própria natureza “tão adolescente” que encontrou ressonância em tudo que vi, ouvi e abracei.

Ah, para fechar esse grande encontro, a bela, Mel.

Informo a essa comunidade, o pouso será frequente. 
Mas prometo: aviso a hora do desembarque.

Beijo,  minhas crianças!